Gerês: 7 locais a não perder na sua próxima visita ao Gerês

Com 1546 metros de altitude, a Serra do Gerês é o segundo ponto mais alto de Portugal Continental. A altura faz com que o local esteja repleto de miradouros, dos quais podemos avistar grandes distâncias de paisagem verde. A partir do Alto do Borrageiro, por exemplo, podemos inclusive ver a Serra do Marão, localizada a cerca de 60 km.

O caminho para este miradouro é obrigatoriamente feito a pé por um dos muitos caminhos pedestres que por lá encontramos. As caminhadas são, aliás, uma das atividades mais comuns e há inclusive trilhos para todos os gostos: dos mais fáceis aos mais difíceis.

Ao percorrer o Gerês, encontramos ribeiros de águas cristalinas, assim como uma grande variedade de fauna e flora. A Natureza é, de resto, a principal imagem de marca da região, onde está instalado o Parque Nacional da Peneda-Gerês. Criado em 1971, o Parque Natural tem mais de 70 mil hectares de área protegida.

A sintonia entre o Homem e a Natureza faz do Gerês um dos destinos turísticos de eleição para todos os que querem fugir da cidade ou, então, para amantes de desporto. No verão é comum encontrarmos turistas de várias idades, desde jovens que vão acampar a pessoas mais velhas para quem os trilhos já são familiares.

Posto isto, está agora na altura de passarmos à prática e vermos alguns dos locais obrigatórios para quem visita o Gerês. Continue a ler e parta à descoberta desta que é uma das mais belas regiões de Portugal.

Locais para visitar no Gerês

1. Mosteiro de Santa Maria das Júnias em Pitões de Júnias

O mosteiro de Santa Maria de Júnias remonta ao século XII e foi construído nas imediações da aldeia de Pitões de Júnias. A região está dentro do Parque Nacional Peneda-Gerês, faz parte do concelho de Montalegre e permite-nos uma verdadeira viagem no tempo. Para passar o tempo, recomendamos o percurso de 4km entre o cemitério e o centro da aldeia.

 

2. Nossa Senhora da Peneda

O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, em Arcos de Valdevez, na freguesia de Gavieira, a caminho da vila de Melgaço, tem como data provável de inicio da sua construção, finais do século XVIII, a julgar pela data inscrita na coluna existente ao cimo da escadaria de acesso.

Acredita-se que neste local tenha existido uma pequena ermida construída para lembrar a aparição da Senhora da Peneda, cujo culto foi crescendo e motivou a construção do santuário.

Este lugar de culto é constituído pelo designado, escadório das virtudes, com estatuária que representa a Fé, Esperança, Caridade e Glória, datada de 1854, a igreja principal, terminada em 1875, o grande terreiro, o terreiro dos evangelistas e a escadaria com cerca de 300 metros e 20 capelas, com cenas da vida de Cristo. A Festa da Senhora da Peneda é anual, tem a duração de uma semana, entre dia 31 de Agosto e oito de Setembro.

 

3. Espigueiros de Soajo e de Lindoso

Além de espigueiros, estas estruturas de pedra podem ser chamadas de caniços ou canastro. As de Soajo e Lindoso são consideradas como imóveis de interesse público, mas é possível encontrar outros exemplares na região.

Para que serviam? Para guardar e preservar o milho. A altura impedia que o cereal fosse comido por roedores e as aberturas laterais facilitavam a circulação do ar, impedindo o milho de se estragar.

 

4. Cascata do Arado

A Cascata do Arado está situada em pleno coração do Parque Nacional Peneda-Gerês. É uma das maiores e mais famosas quedas de água do Parque. Localizada no Rio Arado, perto da aldeia da Ermida e do Miradouro Pedra Bela, o acesso é feito por uma estrada florestal, de areia, rodeada de vegetação abundante.

Pelo menos no Verão, não é muita a água a correr no rio, mas há sempre alguém a experimentar um banho de água fresca e cristalina do rio. Situada a uma altitude de cerca de 900 metros, cria uma sucessão de cascatas únicas por entre as rochas.

Do lado direito do rio (olhando a norte), existem uma série de degraus que nos levam a um pequeno miradouro no topo para contemplar a cascata por entre toda a vegetação. É um bom local para observar a queda de água mas que pode ser dificultada em meses de vegetação densa, mas é o acesso mais fácil e rápido.

O acesso à base da Cascata do Arado pode ser feito através desse miradouro, mas é um acesso bastante perigoso e íngreme, que só mesmo os mais aventureiros, mas cuidadosos, descem.

O melhor acesso é pela ponte, junto ao local onde se deixa o carro, e é possível chegar à base da cascata por entre pedras fugindo às pequenas poças de água que se vão formando.

 

5. Ponte da Mizarela

A retorcida Ponte de Mizarela permite atravessar as margens do Rio Rabagão na freguesia de Ruivães, Vieira do Milho. Construída na idade média, foi restaurada no século XIX e diz-se que, por lá, o diabo anda à solta.

Tudo graças a uma lenda, segundo a qual um foragido da justiça vendeu a alma para atravessar o rio num dia em que o caudal era torrencial.

Depois de atravessar sem olhar para trás, o homem o homem ficou arrependido. A partir daí, a ponte desapareceu e nunca mais foi vista. Às portas da morte, o foragido tomou a decisão de confessar aquilo o contrato que tinha feito a um sacerdote.

O padre decide, então, dirigir-se ao mesmo local, invoca o diabo e propõe-lhe o mesmo acordo. Enquanto atravessava, também sem olhar para trás, pega num ramo de alecrim, molha-o num vaso que levava escondido e executa um exorcismo. O demónio desapareceu, mas a ponte ficou.

 

6. Aldeia de Vilarinho das Furnas

A aldeia de Vilarinho das Furnas encontra-se submersa desde 1971, graças à barragem com o mesmo nome. Quando as águas do Rio Homem descem para limpeza ou em períodos de seca é ainda possível ver as casas antigas e os trilhos desta aldeia que secular.

A construção da barragem esteve envolta em polémica e foram muitas as vozes que se opuseram à destruição do património que, dizem alguns, remonta ao ano 75 d.C.

 

7. Lindoso

Lindoso, na freguesia com o mesmo nome do concelho de Ponte da Barca, é uma aldeia turística conhecida e visitada por muitas pessoas.

O castelo e o conjunto de espigueiros que apresenta aprimoram este núcleo rural, inserido no Parque Nacional da Peneda-Gerês, do qual se vislumbra uma sublime paisagem sobre a albufeira do Lindoso.

Além do castelo, a aldeia do Lindoso apresenta um valioso património edificado, que inclui o pelourinho, espigueiros e eiras comunitárias, o cruzeiro do Castelo, a ponte medieval e os moinhos de água de Parada, calçadas medievais, o castro de Cidadelhe e as igrejas paroquiais de São Mamede, Santa Maria Madalena e Santo André, além do Parque Nacional da Peneda-Gerês.

 

8. São Bento da Porta Aberta (BÓNUS)

Encurralado entre as franjas rendilhadas do Gerês – local da mais próspera e faustosa fauna e flora em Portugal – e inundado pelas águas abundantes da Caniçada, ergue-se um dos maiores fenómenos religiosos de Portugal.

O santuário de S. Bento da Porta Aberta é o segundo maior santuário português e atrai anualmente centenas de milhares de peregrinos.

Depois de Fátima, lidera as estatísticas, mesmo não gozando de uma situação geográfica favorável, nem ser beneficiado por grandes vias de comunicação. Plantado no coração do Minho, é lugar preferencial de culto ao fundador dos beneditinos.

A Basílica que actualmente contemplamos é muito recente, o que poderá indiciar que a devoção a São Bento terá sofrido um incremento significativo nos finais do século XIX. No entanto, sabemos que no ano de 1758, já existiria devoção notória neste santuário.

A construção da actual igreja iniciou-se apenas em 1880, tendo ficado concluída em 1895. A torre sineira que se aninha na fachada, avista-se em todo o vale da Caniçada e, apontando ao alto, serve de rosto ao santuário.

Apesar de não ser uma edificação notável do ponto de vista artístico, são dignos de realce os painéis de azulejos da capela-mor, que retratam a vida de S. Bento, assim como o retábulo de talha coberto a ouro.

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