Venha visitar Miranda do Douro: a língua, o castelo e a posta mirandesa

Se está a ponderar viajar pelo Norte de Portugal, um dos locais que sugerimos a visitar é sem dúvida Miranda do Douro. Uma cidade repleta de história, situada numa região árida, montanhosa e despovoada, é uma verdadeira relíquia de Portugal.

Situada para os lados de Bragança, esta cidade desenvolveu-se orgulhosa pela sua categoria de fronteira multicultural. Enquanto viaja de carro vai desfrutar de lindas paisagens e uma eminente arquitectura medieval. Aqui é falado a única língua reconhecida em Portugal para além do Português, o famoso Mirandês.

Mesmo que não seja um poliglota, não é um requisito necessário para poder visitar Miranda do Douro e provar a tão aclamada Posta a Mirandesa. Se algum mirandês não lhe falar em Português, não é de alarmar, certamente se está a meter consigo!

Assim sendo, neste artigo vamos falar de três elementos fundamentais que deve conhecer do património de Miranda do Douro: a língua, o castelo e a posta mirandesa.

 

Se pensa visitar Miranda do Douro, fique a conhecer os 3 alicerces do património Mirandês

Uma cidade apaixonada pelas tradições e modos de vida ancestrais. Miranda do Douro é conhecida pelo seu folclore animado e repleto de cor – certamente já ouvi falar nos Pauliteiros de Miranda, com trajo típico de saias realizam uma dança acompanhada pelo toque da gaita de foles e que tem origem a Idade do Ferro.

Sem mais demoras, vamos dar-lhe a conhecer Miranda do Douro.

A eterna Língua Mirandesa

Conforme referi acima, será muito pouco provável que ouça falar mirandês, caso atravesse o interior de Miranda do Douro. Se nunca ouviu falar desta língua, fique a saber que surgiu muito antes da fundação da nacionalidade portuguesa, entre as escarpas do Douro, entre boeiros, lavradores e pastores.

É incrivelmente como os termos que a povoação usava para descrever regiões e tarefas de trabalho rural, moldou-se ao ponto de se tornar uma língua.

O “falar mirandês” tem como raízes o português e castelhano, historicamente pertence à família de línguas asturleonesas, onde também se incluem o asturiano e o leonês, e foi sendo ensinado entre gerações quase como uma relíquia ancestral.

Em 1882, o etnógrafo português José de Leite Vasconcelos, procura pela primeira vez passar para o papel esta língua que só existia no modo oral. Desde então, a língua mirandesa tem sido também escrita.

Em 1999, com a lei nº 7/99, de 29 de Janeiro, o mirandês foi oficialmente reconhecido como língua regional de Portugal, dispondo até de uma Convenção Ortográfica a partir dessa data.

Na atulidade, existem menos de uma dezena de milhares de pessoas a falar a língua mirandesa. Sem dúvida, esta língua deixou a sua marca pela cidade, influenciando o nome de ruas. Contudo, na própria cidade desde 1545, altura que se tornou episcopal, encaminhou à substituição natural do mirandês pelo português.

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No entanto, ainda é possível perceber o amor que as gerações mais antigas têm, e os esforços tomados para que as gerações futuras não deixem a língua morrer.

 

Castelo de Miranda do Douro

O castelo de Miranda do Douro foi edificado pela povoação que por ali passou em Trás-os-Montes, ocorrido durante o reinado de D. Dinis e teve como objetivo proteger a população durante as Invasões Romanas.

Assim, durante vários anos, em especial durante a Idade Média, o Castelo de Miranda do Douro tornou-se uma fortaleza tipicamente gótica de extrema importância a nível militar, isto graças à sua proximidade com Espanha e à vantagem que forneceu aos portugueses durante imensas batalhas.

No momento da fundação do Condado de Portucalense, D. Afonso Henriques reconheceu este castelo como fazendo parte integral da defesa do Reino.

Assim, entre 1135 e 1137, o primeiro Rei Português ordenou a restauração de vários mosteiros, igrejas e castelos que se localizavam eu pontos estratégicos, entre o quais o de Miranda do Douro.

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O Castelo de Miranda do Douro, atualmente encontra-se em ruínas desde tempos imemoriais, devido a uma violenta explosão que ocorreu em 1762 porque, imprudentemente, guardavam os explosivos no interior da cerca. Desfigurando assim partes fundamentais desta obra.

Contudo, as ruínas desta arquitetura militar passaram a ser classificadas Imóvel de Interesse Público a partir de 20 de Outubro de 1955.

Hoje, este castelo não apenas só um símbolo da região, mas também um local imprescindível a ser visitado por todos os apaixonados da história medieval e de batalhas, Reis e intrigas.

Posta à Mirandesa

A Posta à Mirandesa é aquele prato típico do Douro que lhe vai deixar com água na boca. Na maioria das vezes dispensa apresentação já que é um dos pratos de carne mais famosos da cozinha portuguesa.

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A Posta à Mirandesa combina os seguinte ingredientes:

  • Bife alto de excelente qualidade
  • Batata (geralmente a murro)
  • Salada de pimentos ou grelos

A qualidade deste prato está garantidamente na carne, que deve ser certificada – sim, a posta para ser à mirandesa, tem de ter origem na raça bovina desta região, famosa pelas as suas características genéticas e por ser criada em pastagens naturais, ao ar livre. Esta carne é tenra e grossa, daquelas que ao cortar parece manteiga e com um sabor divinal.

Claro está, não nos podemos esquecer do bom vinho tinto do Douro como acompanhamento. Já está pronto para ser servido, não está?

A Posta à Mirandesa terá se feito presente pela primeira vez nas feiras de gado que aconteciam no distrito de Bragança. Inicialmente, a carne mirandesa era cortada em nacos, com sal grosso, colocada sobre a grelha bem quente e servida num pedaço de pão caseiro.

 

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